quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Educando Crianças com Inteligência Emocional_2/11

OS EFEITOS DA PREPARAÇÃO EMOCIONAL

O que muda quando a criança tem educadores preparadores emocionais?

Crianças que têm preparo emocional são fisicamente mais saudáveis e apresentam melhor desempenho acadêmico do que as que não têm. Essas crianças se dão melhor com os amigos, têm menos problemas de comportamento e são menos propensas à violência. E o que é mais importante, têm menos sentimentos negativos e mais positivos. Em resumo, são mais saudáveis emocionalmente também.

As crianças com preparo emocional são mais maleáveis. Elas não deixam de ficar tristes, irritadas ou assustadas em circunstâncias difíceis, mas têm mais capacidade de se acalmar, sair da angústia e procurar atividades produtivas. Em outras palavras, são mais inteligentes emocionalmente.

Os problemas que as crianças enfrentam hoje, associados à dissolução da família, incluem fracasso na escola, rejeição por outras crianças, depressão, complicações de saúde e comportamento anti-social. Isso pode também afetar filhos de lares onde há conflito, mesmo quando os pais não se divorciam. Os filhos que vêem os pais constantemente brigando têm mais dificuldades de fazer amigos. O conflito conjugal afeta o trabalho escolar da criança e a torna mais sujeita a doenças.

As crianças que passaram por treinamento emocional, embora sejam mais tristes do que as outras, ficaram protegidas dos efeitos deletérios experimentados por tantas outras que passaram por essa experiência. Conseqüências clássicas do divórcio e dos conflitos conjugais como baixo rendimento escolar, agressividade e problemas com os colegas, não ocorrem em crianças que receberam o treinamento da emoção. O que sugere que esse treinamento oferece às crianças a primeira defesa comprovada contra o trauma emocional do divórcio.

É comprovado também que o pai que adota o estilo de preparador emocional contribui enormemente para o desenvolvimento emocional da criança. Quando o pai leva em conta os sentimentos dos filhos e tenta ajudá-los a resolver os problemas, eles se saem melhor na escola e nas relações pessoais. Em compensação, o pai emocionalmente distante, aquele que é rude, crítico ou que faz pouco das emoções dos filhos, pode prejudicá-los. Os efeitos da interação da mãe com os filhos são significativos, mas a influência do pai pode ser muito mais extrema, seja esse efeito bom ou mau.

Não devemos presumir, porém, que é melhor um pai qualquer do que nenhum. Ao mesmo tempo que um pai emocionalmente presente pode ser altamente benéfico para a vida da criança, um pai frio e cruel pode ser extremamente nocivo.

Praticar o treinamento da emoção não garante o fim das brigas em família, das agressões verbais, dos sentimentos feridos, da tristeza nem da tensão. O conflito é inerente à vida em família. No entanto, quando adotar o treinamento da emoção você vai se aproximar mais de seus filhos. E, quando houver mais intimidade e respeito em casa, os problemas entre os membros da família parecerão fáceis de suportar.

O treinamento da emoção não significa o fim da disciplina. Na verdade, quando há intimidade entre você e a criança, seu envolvimento na vida dela é maior e, conseqüentemente, sua influência sobre ela é mais forte. Você está em posição de ser firme, quando for necessário ser firme. Quando vê as crianças errando ou sendo relapsas, você as adverte. Não tem medo de impor limites. Quando se decepciona com elas, quando sabe que elas podem fazer melhor, você não tem medo de lhes dizer isso. E porque existe um elo emocional entre você e a criança, o que você diz é importante. Ela respeita as suas opiniões e não quer desagradar você.

Esse trabalho exige uma boa dose de dedicação e paciência, mas essencialmente é um trabalho de treinamento como outro qualquer. Se quer ver a criança lidar com os sentimentos e as tensões e desenvolver relacionamentos sadios, você não cala nem ignora demonstrações de emoção negativa. Une-se à criança e oferece orientação.

Avós, professores e outros adultos podem servir de preparadores emocionais para uma criança, mas os pais estão em melhor posição para o desempenho dessa função.

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