segunda-feira, 9 de julho de 2012

Elogio à Timidez_4/7


Por Gláucia Leal, jornalista, psicóloga e psicanalista, editora de Mente e Cérebro
Fonte: Revista Mente & Cérebro, n° 233, junho/2012

Solidão produtiva


Um grande equívoco em relação aos introvertidos é a noção de que não podem ser bons líderes. Um estudo recente desenvolvido pelo pesquisador Adam Grant, professor de administração Wharton School of Business, da Universidade da Pensilvânia, revela que, às vezes, líderes introvertidos produzem melhor resultados que os extrovertidos por serem mais propensos a deixar funcionários talentosos discorrer sobre suas ideias, em vez de tentar colocar o seu próprio carimbo sobre elas. Além disso tendem a ser motivados não pelo ego ou por um desejo de ser o centro das atenções, mas sim pela dedicação ao seu objetivo maior. É o caso de Mahatma Gandhi, Douglas Conant, da Campbell Soup, e Larry Page, do Google.

Outra abordagem interessante de pesquisa estabelece relação entre introversão e criatividade. Uma pesquisa realizada pelos psicólogos Mihaly Csikszntmihalyi e Gregory Feist sugere que as pessoas mais criativas em muitos campos costumam se introvertidas. Csikszentmihalyi, fundador da Escola de Ciências do Comportamento Organizacional (SBOS, na sigla em inglês), da Universidade Claremont, e Feist, doutor em filosofia e psicologia, presidente-fundador da Sociedade Internacional de Psicologia da Ciência e Tecnologia e editor-chefe do Journal of Psychology of Science and Technology, levantam um a hipótese para isso: é possível que para pessoas que se sentem confortáveis sozinhas a solidão surja como ingrediente crucial -, e em geral subestimado – para a criatividade e a produção artística.  

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