quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O dilema das aulas particulares_2/5


Por Daniela Macedo – daniela.macedo@abril.com.br
Revista Veja, 11 de Abril, 2012 – pgs 116 a 118




Participação dos pais

O primeiro passo para entender por que seu filho está indo mal é acompanhar muito de perto a vida escolar dele. Oferecer um espaço tranquilo para que ele estude, supervisionar seus boletins, conferir sua lição de casa e as anotações feitas em aula, nos cadernos – além de ouvir com atenção o que ele tem a dizer sobre a escola e os professores -, são deveres dos pais. O objetivo não é pressionar o aluno a se destacar dos colegas nem fazer a lição de casa por ele; é dar amparo para que ele progrida por seus próprios esforços. É uma boa ideia também estimular o interesse pelas matérias nos horários de lazer, comprando livros ou visitando exposições. Finalmente, é fundamental que os pais conversem regularmente como os professores, para conhecer em profundidade o método do colégio e o comportamento do filho no ambiente escolar. “O sucesso do aluno depende da parceria dos pais com a equipe pedagógica!”, diz Rui Alves, diretor de ensino no do Colégio PH, do Rio de Janeiro.

Empenho do aluno

É preciso avaliar – e reconhecer – quando é a própria criança ou adolescente quem cria barreiras para o aprendizado, ao negligenciar o que é dito em sala de aula, ignorar as lições de casa e recusar-se a participar de atividades organizadas pelo colégio. Escassez de anotações ou informações incorretas no caderno são sinais de desorganização e desatenção. “Na maioria das vezes, é a falta de disciplina do aluno o motivo de seu baixo rendimento”, diz Adilson Garcia, diretor do Colégio Vértice, em São Paulo. A saída, aí, é estabelecer uma disciplina para a criança e acompanhá-la passo a passo, todos os dias ,até que ela tenha se tornado uma segunda natureza. Vai dar um trabalho danado, mas vale a pena. A lição fica para a vida toda.

Metodologia de ensino da escola

A explicação para o desânimo do aluno pode estar no método da escola. Se em casa a criança usa o computar ou o tablet, joga games e tem acesso à internet, é natural que se sinta entediada quando a obrigam a passar horas copiando frases da lousa. “A metodologia deve ser compatível com a realidade do aluno. Uma criança cercada de tecnologia precisa de dinamismo para motivá-la”, diz Silva Colello, a USP. Ou seja: não adianta, por exemplo, tentar compensar o ambiente liberal de casa escolhendo uma escola rigorosa e conservadora. O único resultado será tornar a criança infeliz e desconfortável. O especialista lembra ainda que irmãos podem não se adaptar à mesma instituição de ensino. “Muitas vezes, a escola que é boa para um filho é ruim para o outro”. Nesses casos, em vez de tentar mudar o filho, pode ser mais produtivo mudar de colégio.

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